GESTÃO PATRIMONIAL: MATERIAIS PERMANENTES E BENS MÓVEIS

19/05/2009 11:39

Entrevista
Pesquisador do Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária (INPEAU), José Francisco Bernardes, 49 anos, lança o livro “Gestão Patrimonial: Materiais Permanentes e Bens Móveis” no Hall do Centro Sócio-Econômico (CSE) da UFSC, nesta terça-feira, 26 de maio, às 19 horas. Bernardes é servidor da instituição há 30 anos, atua no Inpeau e na Divisão do Patrimônio. Atualmente desenvolve tese de doutorado sobre a ‘administração patrimonial nas instituições públicas federais’, dentro do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento. O livro, publicado pela Imprensa Universitária, resulta de um ensaio realizado para a fundamentação teórica da pesquisa do doutorado.

Agecom: Antes de abordar a temática do seu livro, poderia explicar o que é Gestão do Controle Patrimonial?

Bernardes: Controle patrimonial é uma forma pela qual as organizações gerenciam todos os bens móveis e imóveis adquiridos de variadas formas (compra, doação etc). São eles os mobiliários, equipamentos, computadores, veículos, terrenos, prédios, entre outros e que são utilizados como recursos para que essa organização atinja seus objetivos ou metas planejadas na execução de seus serviços ou linha de produção. Trata-se do controle de toda a logística necessária, em termo de materiais permanentes (que dura dois anos ou mais), para que a organização operacionalize suas ações do dia-a-dia.

Agecom: Como surgiu a idéia de escrever um livro sobre o tema?

Bernardes: Este livro surgiu de uma necessidade que pude observar no mercado desde que iniciei meus trabalhos em Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, no ano de 1981. Nesta época em que os procedimentos administrativos já acusavam necessidades de melhoria. A gestão do controle patrimonial nas organizações, apesar do volume de recursos financeiros investidos na aquisição de bens móveis e imóveis para fornecimento de serviços ou nos projetos e pesquisas, infelizmente é tratada como um serviço meio.
As inovações nos setores de patrimônio públicos e privados acontecem lentamente e identifica-se pouca literatura a respeito da temática. Passados os anos, o motivo de continuar a idéia desse livro foi que a literatura pouco acrescentou e por perceber que detalhes técnicos poderiam ajudar aos gestores no desenvolvimento de estratégias e políticas de controle patrimonial em suas organizações.

Agecom: O que é discutido no livro?

Bernardes: Nesse livro procuro apresentar, de forma direta e prática, conceitos e definições a respeito do tema patrimônio. O papel do controle patrimonial nas organizações e o porquê são importantes. Relaciono o que chamo de protocolos verbais. Uma linguagem utilizada pelos gestores nos setores de patrimônio em que visitei e que entendo ser uniforme dentre os demais colegas do setor. Comento sobre os processos que envolvem o setor de patrimônio em seu âmbito geral. Também são relacionadas rotinas executadas por um setor de patrimônio. Contextualizo aspectos importantes da legislação pertinente aos setores de patrimônio, nesse caso para as instituições públicas federais brasileiras.

Agecom: O foco está na gestão?
Bernardes: Outras temáticas são inseridas no contexto da gestão patrimonial por se entender que a gestão patrimonial nas organizações também se utiliza da multidisciplinaridade das ciências para se desenvolver.
Como exemplo disso pode-se destacar as tecnologias da informação e da comunicação que deveriam ser utilizadas para o controle patrimonial e deixá-lo totalmente integrado com as ações organizacionais. Norteia-se também sobre a gestão do conhecimento, considerando que os setores de patrimônios são locais intensivos de conhecimento e como uma ciência que dissemina as novas práticas de gestão e troca de experiências. Comenta-se sobre as ferramentas inteligentes voltadas para a prática da gestão patrimonial, quando se percebe a dificuldade dos gestores, em muitos casos públicos, em colocar os setores de patrimônio de suas organizações, sendo gerenciados pela internet ou intranet, por exemplo.
No demais, identificou-se lições aprendidas e tendências de práticas patrimoniais que podem servir de exemplo para todas as organizações brasileiras públicas e privadas.

Agecom: Qual é seu objetivo com esta publicação?
Bernardes: Espero que essa publicação desperte a atenção dos gestores públicos para a problemática e agregue valores ou contribua para um debate contínuo sobre a gestão patrimonial brasileira, seja em organizações públicas ou privadas, principalmente no controle de bens móveis e imóveis permanentes subsidiando as inovações necessárias.

José Francisco Bernardes, Msc.
joseber@reitoria.ufsc.br
UFSC-www.proinfra.ufsc.br/
DGP – Depto. de Gestão do Patrimônio –
(48) 37219583
Doutorando do PPG-EGC/CTC/UFSC – www.egc.ufsc.br
Pesquisador do INPEAU/CSE/UFSC – www.inpeau.ufsc.br
48 – 99620548.